Chegou-me às mãos este documento:
um registo histórico importante, das fotografias do irmão do Horácio (meu fotografo de pequenino) Mário Novaes e da Exposição do facho.
Artigos muito bons o de Luís Pavão (embora deve-se ter referido o atraso da Fundação na aquisição e tratamento do espólio de M.N.!, mas trabalha para essa...) e interessante o de Jorge Calado, que quando não é propagandista da nuclear é um homem sabedor e culto. Já o do historiador ( Rui Afonso Santos) é confuso, com pequenas falhas e demasiado "oficial".
Terá o destino de outros livros meus sobre e de arte!
Labels: arquitectura, Estado Novo, fotografia
Leitura agradável, com alguns erros de tradução, mas completamente fora do actual tempo, embora com alguns dados importantes para analisar. Falha completamente ao ignorar o poder da hegemonia ou do consenso dos interesses que domina os média:
um desses tópicos relevantes:experimentem trocar China por Arizona ou qualquer coisa, desde o teresasousismo, ao amanhismo, ao poder de qualquer dos grandes testa de ferro que dominam os média (grandes interesses financeiros!) e aí está tudo.Tido mentira, tudo, temos que escavar como nos diz Chomsky.
Labels: hegemonia, propaganda
Para os desinformados, sobre a vaga, as vagas de calor, aqui os dados sobre a concentração de CO2:
425.5 atmospheric CO2 in parts per million, 17 August 2025
Source: NOAA. Chart baseline is 280ppm - the preindustrial average.
+ 75.4
above safe level, 350 passed 1990
e depois queixem-se...
Labels: alterações climáticas, CO2
Vi um filme de viagens, curioso "Sirâh" que recomendo.
E hoje leio este livro de Lamazares, um grande viajeiro, e contista destas, ora seguindo os caminhos de Don Quijote, ou de Cervantes:
Llamazares é oriundo de un pueblo muerto por uma barragem/embalse e um autor interessante.
Este livrinho é um doce e as citações do Don são de 1ª
Labels: Don Quixote, Llamazares, Viagens
Um livro com pontos interessantes e novos para análise e que nos abre a novos conceitos, como o da auto-limitação, embora seja um pouco em linha com o colibrismo que já aqui denunciei.
Tem todavia outro enfoque. Defende o sorteio dos titulares de cargos públicos, em linha com a minha crítica da representação (minha e de tantos outros!) e renova o enquadramento de Malthus, um conservador que estava errado!
Descubro um livro de Ursula Le Guin, "Les Dépossédés" e um poeta militante Jorge Riechmann. E muitas leituras e perspectivas sobre a filosofia e a polis a partir da antiga Grécia, com contos/as deliciosos.
Um livro que recomendo, com uso moderado, para evitar alçapões.
Labels: Ecologia política, Kallis, limites, Livro
Conheço o Miguel, como conheci a sua mãe Sophia e tive amizade com o seu pai Francisco. Nem sempre estou de acordo com o que escreve mas sempre que o leio lhe tenho apreço e recordo os seus pais.
"
No
domingo passado, no caminho do seu campo de golfe em Washington, Donald
Trump avistou uns sem-abrigo, vivendo em tendas na berma da estrada ou
em parques adjacentes. O Presidente dos Estados Unidos, muito dado a
rompantes de autoritarismo despertados pelo golfe (que o diga Ursula von
der Leyen e a Europa...), não gostou do que viu e imediatamente
‘tuitou’ uma ordem para os sem- -abrigo: “Saiam da nossa capital.
Imediatamente.”
No dia seguinte, acrescentou que o número de homeless em Washington
D.C. estava a aumentar exponencial mente, causando uma “onda de
criminalidade” na cidade, tomada por “gangues violentos e perigosos,
sedentos de sangue”. As três coisas são falsas: o número de sem-abrigo
tem vindo a descer nos últimos anos, a criminalidade na capital federal
em 2024 foi a mais baixa dos últimos 30 anos e ninguém de boa-fé imagina
que gente que dorme na rua faz parte de gangues criminosos e violentos.
Mas,
bem ao seu estilo, Trump decidiu que as estatísticas oficiais estavam
falseados pelos democratas — como já concluíra sobre os dados do
desemprego, que não lhe agradaram — e, passando por cima da mayor de
Washington, fez avançar a Guarda Nacio nal para “restabelecer a ordem”
na cidade. Na véspera, o seu insaciável ego fora acarinhado pelos
Presidentes da Arménia e do Azerbaijão, que, na sequência do acordo de
paz entre ambos, negociado pela Casa Branca, o propuseram para Prémio
Nobel da Paz, como já o fizera o Presidente do Paquistão.
Trump,
de facto, adoraria vencer o Nobel da Paz, conseguir uma coisa e o seu
contrário: intimidar o mundo inteiro, com tarifas, mísseis ou sequestro
das riquezas naturais, e ver o mundo inteiro saudá-lo como o grande
pacifista dos nossos tempos.
Não
há nada de mal, antes pelo contrário, em que ele use a sua força de
persuasão para conseguir calar conflitos que as partes não conseguem
resolver, mesmo que por isso cobre uma “comissão” em direitos de
exploração exclusivos sobre as riquezas dos países “pacificados”. E se
hoje, na cimeira do Alasca, conseguir obter de Putin um acordo de paz
minimamente aceitável pela Ucrânia, o Nobel ficará mais perto e a Europa
será outra vez enxovalhada por Trump. Mas como é possível pensar sequer
em candidatar a um prémio como o Nobel da Paz um homem que castiga os
mais pobres do seu país, que derruba quem quer que lhe faça frente ou
apenas discorde dele, que instituiu uma caça aos imigrantes, perseguidos
por quererem uma vida melhor através do trabalho e, em alguns casos,
enviados para a prisão de alta segurança de El Salvador, sem acusação,
sem defesa e sem julgamento e sem saberem ao menos até quando ali
ficarão? Donald Trump candidato ao Nobel da Paz diz muito sobre os
tempos que vivemos, de crueldade, de insensibilidade e de total inversão
dos valores que há décadas defendía mos como os únicos decentes em
sociedades civilizadas.
Donald
Trump candidato ao Nobel da Paz diz muito sobre os tempos que vivemos,
de crueldade, de insensibilidade e de total inversão dos valores que há
décadas defendía mos como os únicos decentes em sociedades civilizadas
Tudo
isso parece ter sido substituído por uma ancestral apetência pela
bajulação e subjugação perante o mais forte — exemplarmente ilustrada
pela postura imensamente cobarde da União Europeia perante Trump e,
sobretudo, perante a inimaginável volúpia de morte e destruição que
Israel leva a cabo em Gaza há quase dois anos. Já não há palavras que
consigam descrever aquilo a que assistimos em Gaza e na Cisjordânia, e
ao silenciamento, à conivência, à cumplicidade com isso da parte dos
dirigentes e influenciadores europeus. Ao contrário do que sucedeu na
Alemanha nazi, hoje ninguém pode dizer que não sabia — nem hoje, nem
amanhã, quando os filhos e os netos perguntarem aos pais como foi
possível assistirem a tudo e tudo consentirem. Mas não é preciso ir
muito longe para constatar como a hipocrisia encontra sempre o seu
espaço redentor, mesmo perante a bestialidade visível do terror. Aqui,
entre nós, as televisões e os jornais albergam um número surpreendente,
ou talvez não, de defensores do genocídio dos palestinianos às mãos de
um Governo de criminosos. Os argumentos para tal variam do imbecil ao
inventado ou ao rebuscado. Há os que dizem que os árabes tratam mal as
mulheres e os gays — como se isso fosse argumento que justificasse os
hospitais bombardeados, as escolas arrasadas, os seis jornalistas mortos
numa tenda visada criteriosamente por um avião israelita, os 240
jornalistas palestinianos ou os 120 membros de organizações humanitárias
da ONU mortos em Gaza pelo exército israelita, enfim, os mais de 60 mil
mortos palestinianos. Mas também há quem diga que, desses 60 mil, um
terço eram membros do Hamas (um formidável exército clandestino!),
subentendendo que a morte dos outros 40 mil podia passar. Outros ainda
repetem que o Hamas se esconde cobardemente entre a população civil, e
daí a imensidão dos mortos civis, como se o mesmo não fizessem desde
sempre todos os movimentos de guerrilha, sejam ou não também movimentos
terroristas — ou esperavam que face aos carros de combate, tanques,
aviões, mísseis, satélites de observação ao dispor das IDF, o Hamas
saísse em campo aberto a enfrentá-los com AK-47 e punhais? Claro que
eles são terroristas, mas o Governo de Israel é composto porquê — por
gente santa? Vale que, para suprema vergonha e memória futura, os nossos
defensores de Israel estão agora a ser desautorizados por um crescente
movimento de influentes ex-chefes militares e de segurança, reservistas
do exército e sociedade civil em Israel. Todos afirmam que há muito que a
guerra em Gaza deixou de fazer sentido, excepto para satisfazer as
ambições políticas pessoais de Netanyahu e um demencial desejo de
exterminação dos palestinianos, que cobre de vergonha a imagem de Israel
no mundo, destrói o seu capital de dor e, inclusivamente, ameaça a
segurança dos judeus fora de Israel. Que Donald Trump, que tem
interesses negociais privados em Israel e talvez ainda alimente o sonho
da Riviera de Gaza com o seu parceiro Netanyahu, se recuse a deixar de
consentir e promover o genocídio de Gaza era de esperar: a tanto não
chegam as boas intenções do candidato a Nobel da Paz. Mas que outros,
aparentemente — aparentemente... — sem interesses próprios junto do
poder israelita, alinhem também na impossível tentativa de branqueamento
da maior vergonha política e moral deste século não é fácil de digerir.
É
como se tudo o que puder facilitar as nossas convicções e as nossas
políticas fosse legítimo e aceitável, mesmo que fundado em verdades
falsas e à custa da destruição alheia.
A
assunção do “outro” como inimigo dos nossos planos, dos nossos valores e
da nossa “civilização” vai acabar fatalmente mal, mas é, desde já, um
mal em si mesmo. De novo, não precisamos de ir muito longe para vermos
sinais evidentes desta disponibilidade na crueldade para com o outro
como forma de alcançar um proclamado triunfo político, na tentativa de
impossibilitar o reagrupamento fami liar dos imigrantes em Portugal — na
práctica, pelo menos, durante quatro anos. A tentativa do Governo,
felizmente chumbada pelo Presidente e pela maioria dos juízes do
Tribunal Constitucional, não assentava em nada — em nenhuma justificação
económica, social, de segurança — senão num desejo de intimidar,
humilhar e tornar a vida ainda mais difícil e mais triste a quem está
por baixo e indefeso. Um sucesso político!
Que
humanismo, que cristianismo, que valores humanos são estes? Num mundo
onde Donald Trump é admirado, obedecido ou imitado, como devem os pais
educar os filhos?
"D
e hoje no Expresso
Labels: opinião, paz, Sousa Tavares
De vez em quando aqui trago situações ridiculas. Estas estruturas de milhões não têm substituições de centenas....
mas esse não é o problema.....Labels: nuclear
Hoje ouvi e não acreditei nos meus ouvidos. O Presidente da Republica a limitar, ou a pretender limitar, a liberdade de expressão, o direito à crítica, e a formulação de opiniões, dado estarmos num período pré-eleitoral, sobre os fogos que pululam pelo país, pela Europa e pelo mundo
Ouvi e não acreditei nos meus ouvidos. Ora, é óbvio, pese termos, outra vez, toneladas de comentadores, muitos dos quais nem para jogar ao berlinde serviriam, a comentar os incêndios (e reparem que todos eles têm incendiários na algibeira) que os fogos, o desordenamento do território aliado à desorganização dos procedimentos de combate a estes têm, mas têm mesmo que ser discutidos, e muito, no nosso caso, sabendo desde logo que as alterações climáticas no quadro global não podem ser escamoteadas. E também no quadro das eleições autárquicas. Ninguém pode ficar calado e sobretudo os que têm ou aspiram a ter responsabilidades cívicas e políticas.
E desde logo acho inacreditável que as TVs, verdadeiras incendiários transmitam repetidas imagens de fogos, e mais fogos e mais fogos. E ninguém fala contra essas vacas sagradas.
Discutir as lógicas de combate, os corta-fogos e combates alternativos a esses, a formatação de cadeias de comando claras e funcionais, que enquadrem o pessoal em lógicas eficazes de combate aos incêndios, e a montante a ocupação do território, esqueçam esse disparate da limpeza das florestas, e a revitalização de práticas agro-pastoris tradicionais, aliadas a limitações e até desmatamento de zonas de pinhal e eucaliptal não controladas são passos fundamentais para alterar o paradigma emergente de fogos por todo o lado, todos os anos e em qualquer momento.
Criação de corredores ecológicos, com estruturações de diferentes tipologias, e integração de áreas inundadas ou húmidas nas paisagens, assim como destinos legislados do material ardido são outros momentos que devem, têm que ser discutidos.
Mas infelizmente nada, nada disso, mesmo com alguns comentadores que deveriam sair das pautas da hegemonia, nada disso é chamado à discussão, ora silenciada, ordenada ao silêncio pelo, ainda, Presidente da Republica.
Labels: Fogos, ordenamento florestal, Território
Estava a ler o livro antes mencionado sobre Romain Gary, e a cismar nesta página:
e dei por mim a pensar, nela penso muitas vezes, na minha amiga Mónica. E que saudades, que saudades. Lembro tantas, tantas das nossas conversas e ela que gostava de me falar em françês, língua pela qual tinha grande estima... Sempre em busca de mais esclarecimento e sempre disponível para momentos de grande intensidade.
Tivemos confrontos, e outras discussões, mas sempre nos entendíamos. Que saudades dos almoços e jantares, momentos na piscina e mais conversas.
A vida continua, somos a natureza que evolui.
E apita um whats, era uma foto que me enviava o António, seu marido, que ela muito amava. E com ele partilho a minha querida Monica, que também deixou 4 filhos orfãos do seu carinho e disponibilidade, e tantos, tantos amigos.
A Monica é, era, é uma alma grande. Recordo a nossa visita ao convento de Zafra e as minhas críticas que ela imediatamente acolheu. E recordo uma das últimas pessoas que me apresentou e que tornou amiga, o Ignacio, do Balneário Raposo, com gratidão. Com a eloquência que a fazia era tudo.
Labels: Monica
Este é um exemplo da novilíngua, da manipulação e da deturpação.
não responder às verdadeiras questões, mentir sobre o fundo, criar "fait-divers" para desviar as atenções e se tudo falhar acusar, acusar todos, de serem comunistas, ecologistas ou uma coisa qualquer.Labels: fakenews, hegemonia, Novilíngua
" O homem é a Natureza a tomar consciência de si mesma" e " A geografia não é senão a história no espaço ao mesmo tempo que a história é a geografia no tempo", são no prologo duas citações exemplares desta fase de vida de Reclus:
que nesta recolha (pág. 111) refere que uma das causas da decadência e queda de Espanha... terá sido "por miedo de los pajaritos". E lembrei-me o colapso da China maoista, pelos mesmo motivos...Claro que se articula com outros motivos... Uma leitura leve, mas percebemos que já em 1866 havia quem questionasse o produtivismo e a lógica destrutiva desse em nome do mais, mais, mais.
E aqui trago uma foto minha na natureza, a tomar consciência:
Labels: Mocho, Natureza, Passarinhos, Reclus
Como disse ao Frederico (Livraria Francesa) Racines du Ciel é um dos melhores romances de minha leitura. Frisei até que está sem hesitação nos 5 do top e só me consegui lembrar do Les bienveillantes para colocar nessa.
Encontro curioso este livro, misto de crítica literária e biografia da mesma, que analisa o percurso de Romain Gary, com todas as suas contradições. Esta exegese dá-me vontade de o reler, dado abrir novas perspectivas:
tenho-o mencionado (Racines!) como um livro de enorme humanidade e certamente um dois primeiros romances de/da ecologia política.
Terminarei a leitura nas Termas de Alcafache, onde vou, de momento, só para consulta. Levo na mala um livrinho de Reclus, de que contarei.
E resultado desta leitura já estão encomendados mais duas obras deste grande personagem.
Labels: Racines du Ciel, Reclus, Romain Gary