Hoje um velho amigo muito zangado com a cobertura que a informação em geral vai dando à nuclear perguntou-me se tinha algumas colaborações publicadas sobre a nuclear. Tinha completamente esquecido, desde que me censuraram por questões de estilo, que cortei relações com este jornal, que tinha várias colaborações no Público:
https://www.publico.pt/autor/antonio-eloy
nunca por solicitação da direcção.
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O ano está quase a acabar, embora estejamos no 10º mês. Sou a favor de que este se começe em Outubro, dado o absurdo do calendário. Hoje andei por aí e encontrei a excelente:
grandes entrevistas, bem preparadas e com protagonistas de 1ª água, e de grande suculência. Este é o caminho que faz o caminhar.
Labels: Cannabis, Cannadouro, tempo
Tive a expectativa de ler este, em italiano mas.... saindo da política e do ambiente, entrando na espessura do literário e do que dele recorre, são demasiadas palavras que me fazem perder o sentido. Deixo este para futuros....
já este que estou a ler numa tradução em espanhol me deixa satisfeito e envolvido:
Este livro fez-me lembrar um outro, também excepcional de Olivier Rolin:
https://www.editionspaulsen.com/hors-collection/43-le-meteorologue.html
e sendo que a Tasmania só aparece meia dúzia de vezes e só em escrita, nunca real, lembrou-me outra ilha que talvez sobreviva ao colapso, El Hierro, onde, é certo, os herreros (descendentes dos antigos egípcios como outros povos guanches) ainda resistiram aos invasores castelhanos, e onde as grandes montanhas, ravinas, locais para hortícolas, cabras e com águas muitas poderão ser o local do paraíso, quando isto tudo for infernal. Talvez também a Graciosa, nos Açores.
Um livro espesso e delicioso, mesmo para quem não é muito de narrativas, que para essas chega a realidade e as relações nesta. Este livro como que mata a sede de frescura.
Recordo natais passados, imersos em outras leituras, recordo Jack Kerouac, entre outros que me transportavam por aí. Ora deixo-me transportar por outras coisas, não dispensando uma ganza na véspera.
Este ano o natal foi passado com uma reelaboração de um dos meus pensadores favoritos, neste "Recovering" re-descubro o crítico acérrimo da deep ecology. e do biocentrismo, e também das políticas de população, racistas e reaccionárias dos expoentes dessas correntes.
E também o activista da ecologia social em linha que intersecta a que defendo.
Tenho todavia que referir que o seu conceito de comunalismo e a sua lógica de participação, entrada nos processos eleitorais e nas instituições é controverso, mal explicado e até muito duvidoso. Mas tem toda a razão na crítica ao individualismo anarquista.....
Já tinha lido extractos deste livro, que recomendo no meu, como referência de pensamento e integridade.
M.B. foi um leão nos debates e nas polémicas e defendeu uma acção política que me envolve.
Labels: Ecologia política, Murray Bookchin, pensamento libertário
Produzi alguns haikus e variantes este ano.
Ora que dou a agenda à reciclagem aqui ficam em algumas versões:
O tempo passa
O tempo fica
Algo continua
(Algo pode ser substituído de várias formas)
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Rã no nenúfar
Lince entre as estevas
Dias continuam
( Alternativas: Seguem os dias ou Sopra o vento)
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Na noite de breu
Rompe um raio
Espírito e vida
( ou A noite / Ilumina um / Luz um )
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Cisnes selvagens voam
Sobre os pântanos
Em fundo o pôr do Sol
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Sobre o lago parado
Passam sombras dos cisnes
No presente
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Na lonjura do mar
A Lua Cheia
Espalha a Luz
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O presente resiste
O passado foi
O futuro espreita
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O Natal desapareceu, o Pai Natal está entregue ao capitalismo selvagem,
e ninguém ouve o Papa a pedir um cessar fogo.
Por todo o lado é o despautério do desperdício, a obsolescência total:
Labels: Consumo, Natais, Obsolescência
prefiro este à invenção da Coca-Cola que é o Pai Natal....
os burrinhos, embora os tenham sagrado na manjedoura, não sabem o que é o Natal, e têm que comer todos os dias....por isso , em vez de comprarem inutilidades apoiem: https://www.aepga.pt/ e vão ver o belo zurrar!
Labels: AEPGA, Burros, espírito do Natal
Ontem à noite e hoje de manhã li com muito agrado este espesso e erudito livro:
O António Cândido Franco meu estimado amigo e querido camarada é um estudioso da literatura e um expoente do pensamento anarquista e libertário.
O livro quase não aborda Ferreira de Castro, que é um escritor, de realismo social, de grande gabarito e sobejamente conhecido, mas dá-me a conhecer Campos Lima, um personagem ímpar, no âmbito de polémica onde A.C.F. entra de corpo inteiro. Claro que lhe tenho ao A.C.F. o maior apreço e estou completamente do seu lado, face às perversões estalinistas que assolam o que ele designa por neo-realismo.
Tenho que chamar a atenção para o ganho que este livro teria se o António não se dispersasse tanto pelas “prosas” e fosse mais em linha com o fantástico capítulo Frente Cultural e Frente Político-Sindical, entre outros, que é de uma limpeza lapidar, e introduz, quem não saiba, aos meandros da nossa história e conflitos político sociais que ainda são dos nossos tempos. Este é um livro obviamente contra a Hegemonia.
Não partilho com A.C.F. o conceito de neo-realismo, que de boa vontade deixo aos herdeiros do marxismo-estalinismo, embora muitos desses se tenham afastado e, mesmo quando não, são escritores de 1ª água, mas prefiro integrar Ferreira de Castro, Raul Brandão, António Sérgio e outros, esses mais ligados ao surrealismo, num conceito diferente, de realismo social (nunca esquecerei um jantar com Mário Cesariny em que ele me desafiava para as bombas!)...
Não penso que seja essa polémica ( em torno do conceito) o relevo deste livro, excelente, onde tenho que referir o meu encontro com Campos Lima e apreço pela posição, pelo A.C.F. descrita pormenorizadamente, dele n “O Estado e a Evolução do Direito” onde descreve de forma aprimorada a concepção anarquista sobre o processo de desmantelamento do Estado, estrutura repressiva mas também importante socialmente.
mais um livro da Barricada, que temos que construir para enfrentar o pensamento único!
Labels: António Cândido Franco, neo-realismo, pensamento libertário
Antes de entrar nas leituras de fim de ano, outras.... hoje foi dia de revistas, a excepcional Siné Mensuel:
Um cartaz notável de uma organização (tem falhas como todas....) que tem mantido o nível....
o cartaz é de uma campanha de angariação da https://www.greenpeace.org/brasil/
que apoiaria com vontade, mas os interesses bancários levam mais de metade do contributo. Donativos para fora de Portugal pensem 2 vezes.
Labels: donativos, Greenpeace
Fui hoje comprar um El Brujito, embora desconfie que tal como os Monte Cristo(s) também tenha sido comprado pelos chineses, esses desapareceram de todo.
Encontrei este:
excelente álbum e embora a estória já a tenha lido os desenhos do Paco Roca deixa-nos derrubados.Um livro para não esquecer. Nunca, nunca podemos esquecer, mesmo quando fazemos de conta que não nos lembramos.
Irrepetível, ouvir a Billie Holiday, beber um BushMills, fumar um El Brujito e olhar a lareira.
Meia hora de orgasmo.
Labels: Irrepetível, tempo
É um personagem complexo, oscilante e entre extremos. Rural e de certa forma anti-crescimentista. Este livro edita, também, pensamentos de muitos que com ele se cruzaram.
um profeta da não-violência (por pouco não se cruzou no Larzac com Lanza del Vasto) e um defensor subliminar do decrescimento, com variações.
No livro temos algumas referências a outro teórico que aprecio Baudrillard em linha com a obsolescência que tenho teorizado...
Labels: Anti-crescimentista, Jean Giono
O lume da Praça está pronto:
para aquecer o cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo, e espero resolva as alterações climáticas que a ganância não irá resolver:é claro que tudo é simbólico....menos o lume que irá mesmo arder, queiram as ditas ou não.Labels: alterações climáticas, Lume
Morreu hoje Toni Negri,
Cruzei-me intelectualmente com ele, tenho o seu Império e outro que não recordo, sobre a hegemonia.
Aqui uma entrevista que é um testemunho de vida e das suas contradições:
https://outraspalavras.net/movimentoserebeldias/negri-aos-90-comunismo-nao-morreu/
vivamos em paz.
P.S.: Dele e de um jornalista um excelente documento que aqui trago
https://sinpermiso.info/textos/toni-negri-in-memoriam-1933-2023-la-eternidad-nos-abrace
Labels: Toni Negri
É um amigo Eduardo Soto e com ele partilho muitos valores, desde logo também sou contra a nação:
"A nação foi dando estrutura a lógicas de poder, que Estados, já formados destruindo culturas identidades e línguas, a partir do século XIX. É um conceito que não é mais que um rolo compressor sobre todas as culturas e identidades locais e forma de unificação linguística através do serviço militar obrigatório e a escola pública (nos moldes actuais!) assim como com a burocracia que sustenta a nomenclatura. Facto."
Penso que partilho esse pensamento, esse facto com o Eduardo.
Li com agrado o livro dele “Contra la nación”, e tenho que dizer que fiquei
maravilhado com alguns capítulos e nomeadamente o 22º # De la competencia a la simbiosis#, que só por si mereceria
tradução e publicação, notável escrito sobre a vida. Igualmente partilho com entusiasmo o 39ª # Revertir el cambio climático#, embora esteja longe de partilhar também neste caso o optimismo e esperança do Eduardo
um livro que há que buscar pela rede.Por exemplo aqui:
https://traficantes.net/libros/contra-la-naci%C3%B3n
Labels: Contra la nación, Eduardo Soto, nação
Há sempre uma Esquinita nas nossas vidas....
ou um Chapa ou mesmo uma Esquina, tenho andado por estes....Labels: Gastronomias, restaurantes, Slow Food
A Energia da Pachamama
Aqui o borrão que utilizei para 39 mn de introdução ao tema do livro # Apocalipse (in) Certo” em Cortegana.
Começo com uma referência à conferência de 72 #Há só uma Terra# e abordo os disparates de andar à procura de outra.... e Lovelock e o conceito de Gaia, articulado com o de Pachamama, e nesse quadro menciono o nº, certamente muito escasso, de espécies oficialmente extintas ... por dia: 15
Segue conversa
Entro no assunto titulado “A Energia da Pachamama” e mencionando a necessidade da exegese introduzo três conceitos que articulam esta sessão, o livro e a vida.
Primeiro um desenvolvido por um notável filósofo alemão Gunther Anders o da Obsolescência (programada) e a sua articulação com o consumismo derivado do produtivismo e esse imerso no intensivismo e no extractivismo. Claro que dando exemplos concretos e fornecendo alternativas ao acrónimo T.I.N.A. (There Is No Alternative)
Sigo depois conversa, também sobre o ponto 1, e entro na Entropia com um economista romeno e americano Georgescu-Rogen e menciono a tendência tendencial de queda das taxas de lucro de Adam Smith e Ricardo e posteriormente de Marx articuladas com a termodinâmica e claro abordo o energivorismo, e as alternativas a este.
E em terceiro e para terminar menciono, com o linguista (entre outras coisas) Gramsci, o conceito de Hegemonia, que tenho vindo a acarinhar e que se articula com muito, muitas coisas, linguagem desde logo. Ocasião para (não) esquecer o militarismo/destrutivismo e o cientificismo.
Estavam cerca de 20 assistentes e houve perguntas, sobre a questão demográfica e mencionei “ A bomba demográfica” de Erlich e os direitos das mulheres a propósito de ignóbeis esterilizações dos E.U.A., e sobre os 1% que denunciei como uma manipulação e manobra da hegemonia, são muitos mais....e claro falámos de muitas outras coisa, dado que 6 ou 7 assistentes intervieram.
Labels: A Energia da Pachamama, Apocalipse (in)certo, Ecologia política
Não gostei nada.
É o que defino como um livro
1-inútil, dado não trazer nada de novo,
2-pernicioso incorrer em erros e disparates, um dos quais é classificar o colapsismo (o que é?) como uma ideologia quando é só uma palavra operativa que não tem nada, mesmo nada a ver com as elocubrações que o autor tece, nem com lógicas que lhe atribui,
3- um livro que se apresenta como se fosse verdade revelada, quando é de facto um engodo em linha com o discurso da hegemonia, mesmo quando integra aspectos do discurso ecologista e até referentes que partilhamos, mas que nunca escreveriam, os disparates deste autor.
um livro pequeno, muito pequeno.Ver em posta seguinte o que penso.....
Labels: Ecologia política, Mitos
nada como um bom vinho. Ou boas leituras. Ou boas conversas. Ou boas outras coisas.
como boas comidas e boas cozinheiras....
e como dizia Nietzche, já não me lembro a propósito de quê: Ops!Labels: coisas e loisas
Um livro que contrariando Anders, que neste defende o terrorismo da R.A.F. (Fracção Exercito Vermelho, grupo Baader/Meinhof), onde saíem vencedoras as opções não violentas e acções de oposição nessa linha.
deste livro retenho, porque é uma personagem que não deve, não pode ser esquecida, de Petra Kelly o seguinte:
"Não creio que haja outra via para combater a demência do armamento, a destruição do ambiente e a ameaça sobre os direito senão a desobediência civil e acções emancipadas da violência, de qualquer violência, Falta-nos ainda imaginação social e métodos de acção, que ainda não foram testados, falta-nos ainda convencer muita gente."
Que triste estaria hoje....
Labels: Desobediência civil e Não violência, Gunther Anders, Não Violência
Pois hoje vou andar en el aire....
e irei até Cortegana prepararLabels: Fraile Cornudo, Pachamama
É um livro com grande densidade, que ganharia em ter mais arejamento e retirar alguns artigos, que pouco adiantam.
mas,
Pág. 127, artigo sobre o 25 Novembro, que coloca as 3 questões fundamentais e valoriza o papel do “Rolha”, muito interessante.
Pág. 135, 139 e 141, artigos sobre a Hegemonia e o controle dos média, de meu total empenho.
Pág. 148, artigo sobre o conceito de “povo”, que partilho.
Pág. 157, artigo sobre o Serviço Militar Obrigatório,
definitivo, sou de sempre um opositor. Da tropa, toda, em geral.
E alguns outros artigos com mais ou menos interesse, de que poderia destacar mais meia dúzia.
Irei reler, este livrinho.
Labels: Heresia de Pensar, Livros, Matos Gomes
Frédéric Saumade é um dos mais notáveis antropólogos que se especializou em formas de cultura popular, encontrei esta referência num livro de um dos principais teóricos anarquistas da actualidade, com laudos elogios.
Este livro, a capa pode enganar, é um notável documento sobre a ligação da corrida (de toiros) nas suas várias vertentes, não aborda todavia a manifestações populares como as chegas ou o forcão, ou outras muito importantes para a continuidade da ruralidade e da vida dessa, embora integre o ródeo, americano.
Um livro escrupuloso que mergulha no pensamento animalista e lhe responde ponto a ponto, até ao ponto final.
ainda aqui voltarei!
E nem de propósito:
já sabem o que quero dizer....Labels: Mediterrâneo, Saumade, toiros
Hoje dia de pausa. Leituras de revistas, suculentas, estas tenho previstas:
que já folheie e está resinosa e bem nutrida! E esta, irreverente e iconoclasta, como habitual:
talvez saía para almoçar ou não.Labels: Cáñamo, Charlie Hebdo, Revistas
Hoje ida a Zafra, de compras. Almoço no fantástico Bar Nito, em Fregenal
e leitura, para já de mais este:como de costume cheio de estórias e focos de interesse, este com muito lobo! e outros bichos e seres vivos (sim as plantas também o são).
Pela noite uma simpática representação de um grupo amador de Encinasola, La Marocha, da peça "Mi suegra se ha perdido" de Raimundo Françês, com piadas com naftalina mas engraçada.
Labels: Bar Nito, lobos, revista Quercus, Teatro
Escavando a verdade e denunciando as manipulações da palavra:
Errata!: Onde menciono Aldous Huxley devia estar Arthur Koestler, conselhista, húngaro e judeu, resistente ao fascismo e ao estalinismo autor de um livro de 1ª plana " O Zero e o Infinito" que escreveu, julgo que está traduzido, " The Thirteenth Tribe" sobre a dispersão judaica após a queda do Império Kazar (judio) que durou 3 séculos. Era judeu como eu, de identidade. A confusão com o Aldous deve-se à partilha do L.S.D. com ambos.Labels: Gazeta da Beira, Judeus, Semitas, sionismo
Do Relatório Mundial sobre a Nuclear:
Labels: nuclear, Relatório Nuclear
Mais uns anti-sionistas:
que têm bandeira e tudo:
sendo que é, como é óbvio, só um trapo!Labels: Anti-sionismo, Ecologia política
Não sou grande apreciador de ficção cientifica, mas tenho alguns favoritos.
Este fica, certamente, entre eles. Uma mistura de Kafka, Orwell, Huxley, e Calvino e alguns outros....
de um humor hilariante e subtil e com linguagem cifrada e cheia de subentendidos.
Uma crítica demolidora ao pensamento único, à hegemonia.
Labels: ficção científica, Lem, linguagem, Livros
Encontrei na Travessa, 2 ou 3 livros que me despertaram, embora levemente, que já pouco durmo.
Este aborda um tema (a caça) de um ponto de vista não cinegético em sentido estrito. Filosofa sobre a caça ao homem, os processos de poder, das primeiras sociedades humanas à regressão para essas (no pior sentido) que hoje vivemos, onde a caça ao homem, a escravatura, os trabalhos forçados e alienados, o domínio do discurso da hegemonia, outra caça, dominam os tempos.
temos que resistir, sem confundir i dito com as calças, e articular os discursos no quadro do significado das palavras e do sentido que lhes queremos dar.Labels: caça, Escravatura, Livro